Ignora as
palavras dos outros e vai ter com ele. No fundo, é o que ela mais quer, é o que
mais anseia a cada dia que passa. Quando está com ele o tempo passa a correr;
nunca chega para dizer tudo o que tem que ser dito nem para sentir tudo o que há
para ser sentido. Não chega.
Tenta
evitar perder-se nos seus olhos enquanto fala com ele, tenta não pensar no que
foram ou poderiam ter sido. Tenta, mas não consegue. A tentação é tão mais
forte! E as velhas memórias assaltam-lhe o pensamento, invadindo-o, relembrando
cada momento que passaram, cada beijo, cada olhar que trocaram. Ela desvia o
olhar, envergonhada, como se ele se se tivesse apercebido do que lhe ia na cabeça
naquele preciso minuto.
As memórias
permanecem, o desejo cresce. Que saudades, que saudades! Torna a olhar para
ele, ele sorri. Oh, quem lhe dera poder tocar-lhe! Só mais uma vez! Voltar a
sentir tudo como se ainda estivessem juntos. Mas não, não pode ser, não está
certo.
Chegou a
hora de ir embora, e na despedida, ele volta a sorrir-lhe. E ela sente as
correntes que a prendem cada vez mais pesadas, sentindo que nunca se irá
libertar delas. E nunca irá. Nunca irá deixar de senti-lo da maneira que sente.
Ele nunca lhe irá ser indiferente. Ela nunca irá olhá-lo com outros olhos.
Nunca irá beijar ninguém da maneira que o beijou a ele. Nunca se irá sentir da
maneira que ele, só ele, a fez sentir. Nunca ninguém a poderá satisfazer como
ele a satisfez, como ele preencheu todo o seu coração.
E os outros
à volta não compreendem. Não percebem o que ela sente. Não fazem um esforço
sequer para entender. Esgotada, ela já não quer saber. Ela acredita no seu coração.
E o que mais é necessário para lhe dar a certeza do que sente…?
É verdade. Há algum tempo atrás, Carolina escrevia - num outro blog - este pequeno texto. Quatro anos volvidos, e com algumas pessoas pelo meio, ela está com ele novamente e mais feliz do que nunca. Who would have thought...?
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