Hoje foi à mercearia um senhor que, após ter elogiado a
loja, admitiu que não estava a passar uma fase boa da sua vida e que aquele
espaço lhe trouxe alguma alegria e calma – e acabou por ficar lá um bom bocado
a conversar comigo e a outra funcionária. Às tantas, disse que estava cada vez
mais desiludido com a educação de hoje em dia e com os valores da sociedade. E
mencionou o facto de se ter dado mais ênfase à promoção do Pingo Doce no dia 1
de Maio do que ao suicídio de uma pessoa no dia seguinte e, consequentemente, colisão
de dois comboios na linha de Cascais. É certo que ambas as situações têm uma
enorme dimensão, mas o senhor disse – e eu concordo – que a atenção que a
comunicação social deu à segunda situação foi muito pouca. Afinal, trata-se da
vida humana. A vida é o bem mais precioso que temos e é muito difícil, senão impossível, imaginar a dor de uma pessoa para levá-la a tirar a sua própria vida...
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